E o passeio?
Normalmente quando eu vejo uma review antiga no meu Letterboxd eu sinto vontade de apagar. Normalmente eu só corrijo porque não acho que meus amigos merecem o silêncio, ao contrário das pessoas que não escrevem review e por sua vez odeiam os próprios amigos.
Agora, se naquela época (2 anos atrás) eu tivesse decidido não publicar nada até aperfeiçoar o meu senso crítico, hoje em dia eu não teria nada pra olhar. E não que eu olhe ativamente, mas um dia eu vou. E quando eu for velho (135 anos) eu quero ter algo pra me arrepender, porque não é só de saudade que a gente vive.
Em resumo, a review merda (e todo registro por escrito) cumpre o papel de provar ao mundo que em algum momento da minha vida eu fui burro — se bem que pra isso eu já uso o presente..
No Ônibus
Agora estou morando no centro histórico de Porto Alegre. A minha rota de ônibus mudou, mas o ônibus é o mesmo… refletindo melhor esse é o único ônibus que eu conheço a rota inteira. Já dá pra imaginar aonde é a minha casa? Quem quiser o endereço é só pedir.
Ontem assisti um documentário lindo com meus amigos mas não consegui absorver nenhuma palavra. Grudei o olho na tela por 64 minuto e não entrou nada — o que não é normal. Normalmente eu teria dado uma review mediana mas dessa vez não rolou, pelos seguintes motivos:
1. o filme era bonito demais pra uma coletânea de vídeos caseiros
2. o gui chorou sólidas lágrimas
3. os comentários deles sobre o filme me fizeram perceber que era de fato eu que não tava prestando atenção. a diretora fala muita coisa interessante no filme, eu não ouvi.
No fim do filme a mulher tava falando que o marido dela morreu e eu nem entendi porque não tinha decorado o sobrenome deles. Meu erro foi assistir o documentário de uma ESCRITORA ao lado de dois letristas e sendo semianalfabeto.
Previsões do Futuro
Meu olfato ainda tá prejudicado, mas mesmo assim hoje eu entrei na biblioteca do Medicina e senti um cheiro muito reconhecível. Só que cheiros não são tão fáceis de se descrever, e as pirâmides dos sites de perfume não são capazes de convencer qualquer um.
No futuro, os perfumes serão facilmente traduzíveis pra um sinal receptivel pelo cérebro por algum equipamento. Sem palavras, sem nada visual, simplesmente um sinal transcrito que se conecta com a tua percepção de olfato.
Os artistas vão ser contra isso porque tira o trabalho de milhares de escritores de perfume e também apaga o processo criativo de transformar um perfume em um poema, mas o Elon Musk vai gostar tanto que vai lançar uma linha de colônias, o que talvez não seja tão ruim se você levar em conta que o público alvo realmente tava precisando.
Dica de Filme
(ex Review Extendida. como o tempo passa rápido)
City of the Living Dead (1980) do Lucio Fulci. É um diretor italiano que faz filme em inglês, normalmente. Ou não, só vi 3 dele e não sei se é o normal, mas sinto intensamente que seja o caso.
Os outros filmes que eu tinha visto dele foram Zumbi 2 e Não Torture um Pato Donald, os dois sendo filmes bem fodinhas. Embora o título possa sugerir que se trata de uma cidade cheia de zumbis, o título na verdade é só pra chamar atenção. Tem poucos zumbis e os poucos que tem ficam piscando, dando ainda menos tempo de tela.
O verdadeiro mal da cidade dos mortos-vivos? Todos. Porque o Lucio Fulci não tem nenhum critério. Quer meter zumbi? Pois ponha. Lindos zumbis, formosos. Chuva de larvas? Sem dúvida, o efeito prático ambulante trazido a nós pelo Criador.
Assisti o filme no Internet Archive, ótimo site. A qualidade estava péssima, mas como é comum no site, alguém tinha deixado um segundo arquivo — a entrevista com um dos atores, meu xará Giovanni Lombardo. Ele não é o protagonista, só o esquisitão que morre de um jeito engraçado, mas o Lombardo é um carinha que apesar de ninguém normal conhecer já morreu em muito filme italiano.
Sobre a atuação dele no filme do Fulci, o ator comenta que o Lucio Fulci passava do inicio ao fim das gravações gritando sem parar, embora nunca tivesse ocorrido com ele. Segundo o Lombardo, o cara fazia mesmo sem motivo nenhum porque ele achava que era essencial passar o projeto inteiro gritando com a produção. Simplesmente por amor à arte.
Se ele realmente precisava desse abuso todo eu não sei, mas o filme tá aí pra vocês tirarem prova. Os efeitos práticos são maravilhosos, e como eu falei o diretor só faz o que ele quer sem justificativa nenhuma enquanto não for parado. Rende muito uma movie night.
Sessão de Perguntas
To começando a odiar o CuriousCat. Pergunte algo por aqui, e de preferência algo normal. Por favor por favor
Entrevista: Banda Tropeços de Cadarço
Entrevistei a banda da minha amiga, uma das minhas preferidas e anteriormente recomendada no podcast do Marcando Presença. Entrevista realizada no Whatsapp
Gigi: fernada deixa eu te entrevistar - por whatsap
Banda Tropeços de Cadarço: simm
Gigi: oi fernanda desde quando vc faz musica?
BTC: tecnicamente, desde 2018, quando eu comecei a fazer beats e tocar violão muito mal mas música mesmo como é hoje só saiu em 2021!
essa é minha primeira música gravada - o nome é "the worst song ever" e a descrição é "Just like a shit"
Gigi: eu nao sabia disso - vou tentar colocar na newsletter
BTC: hqizbwidbejd - é de 12 de outubro de 2018 - 16:15 - uma tarde muito produtiva
Gigi: gosto dessa data adoro dia das crianças
BCT: sim!! acho q n teve aula pq coincide com outro feriado sempre
Gigi: quantas músicas você tem na internet?
BTC: poxa vou ter que contar
Gigi: chuta um numero
BTC: umas 50 pelo menos - mas gravada no sério meio que umas 30
Gigi: o que seria sério?
BTC: quando eu gravo algum arranjo com mais de um instrumento ou programo uma coisa toda - porque no final eu lanço demos né, então pra diferenciar a demo voz e violão e a demo séria tem isso
Gigi: tem razão
Adicionais
Comecei a fazer terapia, depois de muitos meses dedicado a não fazer terapia. Fiquei um tempo indeterminado gritando na cara de uma querida de soft mullet enquanto ela via meus desenhos. Acho que pela primeira vez estou fazendo análise certo, se ouvi ela falar 10 frases foi muito. Meu deus do céu eu odeio terapia
Também odeio terapia!